A vereadora Camila Jara (PT) ocupou a tribuna na sessão ordinária desta quinta-feira (25) para criticar o projeto de lei entregue pelo presidente Jair Bolsonaro à Câmara dos Deputados na tarde de ontem (24) que abre caminho para a privatização dos Correios.
Referindo-se à PL como “mais um pacote de medidas econômicas que promete uma solução milagrosa para a economia do país, mas não entrega”, Jara relembrou que nenhuma das medidas econômicas apresentadas pelo governo até o momento foi capaz de colocar o Brasil “no trilho” e fazer o país crescer. Além disso, demonstrou séria preocupação com os índices de desemprego.
“Os Correios é a maior empresa pública do país e a única que está presente em 5570 municípios. Em um momento de crise econômica, que temos 14 milhões de desempregados, o governo vem ameaçar os 100 mil empregos diretos e 300 mil empregos indiretos gerados pelos Correios”, enfatizou.
Jara afirmou que o que acontece hoje no Brasil é uma distorção sobre o papel de uma empresa pública, que deve servir a população e não gerar lucros. “O governo quer privatizar uma empresa que não gera déficit orçamentário, gera milhares de empregos e que ainda atende nos municípios pequenos, nas comunidades periféricas, que chega aonde o serviço privado não chega. Temos que lutar pelo nosso patrimônio e dizer não às medidas econômicas que retiram direitos e prejudicam a população”, enfatizou.
Após sua fala, Jara recebeu apoio dos vereadores Otávio Trad (PSD), Ayrton Araújo (PT) e Betinho (Republicanos). Já os vereadores Dr. Loester (MDB) e Tiago Vargas (PSD) foram contra, aos quais Jara respondeu que debates enriquecem a democracia e é através de ideias antagônicas que se pode encontrar as soluções para os problemas, mas que o caso da privatização dos Correios não se encaixa nisso.
“O fato dos Correios serem uma estatal não impede que o setor privado atue em algumas áreas. Além disso, vale reforçar que não existe mágica na formulação de políticas públicas. A gente tem exemplos de países que vão contra esse pacote de privatizações e que estão se saindo muito bem economicamente. Se a gente quer construir um país mais justo e igualitário, por que não seguir o exemplo dos países onde o estado é atuante e promove a igualdade social?”, questionou.
PL de privatização dos Correios
A estatal está na mira do governo desde agosto de 2019, quando foi incluída na carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Há três propostas possíveis para a privatização dos Correios: vender a empresa inteira, fatiá-la por tipo de serviço ou dividi-la por regiões. No entanto, o modelo não está no projeto e ainda depende de estudos.
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