Os trabalhadores dos Correios lotados no Centro de Distribuição Domiciliária dos Correios de Corumbá paralisaram as atividades nesta terça, 30, por falta de condições de trabalho. Eles alegam que comunicaram reiteradas vezes a superintendência estadual da ECT sobre a situação na unidade, mas não obtiveram resposta.
De acordo com o sindicato da categoria, a direção foi comunicada por ofício sobre a situação e após três tentativas frustradas de alerta sobre a situação os trabalhadores realizaram uma assembleia ontem e deliberaram pela paralisação. “É uma situação extrema. Não existem funcionários suficientes, nem veículos para o volume de entrega em Corumbá. As encomendas atrasam e a culpa é jogada no carteiro, no atendente. Os principais prejudicados com esta situação são os usuários e os trabalhadores. Nós queremos resolver isso, mas sem condições não é possível”, afirma a presidente do SINTECT-MS, Elaine Regina Oliveira.
Os trabalhadores realizaram pela manhã uma concentração em frente ao Centro de Distribuição e depois a distribuição de uma carta aberta à população explicando a situação dos Correios em Corumbá, o sucateamento da empresa e as consequências para os trabalhadores e usuários dos Correios de Corumbá. O sindicato aguarda uma posição da direção da empresa.
ASSEMBLEIA DELIBEROU GREVE
Em assembleia realizada nesta segunda, 29 de outubro, os trabalhadores do Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) de Corumbá-MS deliberaram pela paralisação das atividades, por falta de condições de trabalho, a partir do dia 30 de outubro. A realização desta assembleia acontece após sucessivas reclamações dos trabalhadores levadas ao conhecimento da Superintendência Regional através de Ofícios do SINTECT-MS (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de MS), datados de 02, 19 e 22 de outubro.
Nos ofícios são apontadas as condições de trabalho no CDD Corumbá, falta de veículos e os impactos negativos do novo sistema de entrega de Distribuição Domiciliar Alternada (DDA), implementado por esta gestão no mês de setembro, que diminuiu 7 distritos postais no município, dificultando a execução das atividades e deixando a população desassistida do serviço dos Correios.
Segundo a presidente do SINTECT-MS, Elaine Regina Oliveira, “quanto à falta de veículos, é inconcebível que os trabalhadores sejam obrigados a atuarem com revezamento, paralisando a entrega por falta de condições mínimas e obrigatórias que a empresa deve conceder para uma unidade que entrega correspondência e objetos numa cidade com quase 110 mil habitantes, e que já não possui um quadro de efetivo que contemple uma entrega a contento. Além disso dos 4 veículos, 3 estão parados para conserto, e da frota de motos 50% a 60% estão paradas, deixando milhares de objetos e correspondências paradas no interior da unidade. E a culpa é jogada no funcionário pela população”.
PARALISAÇÃO
Com a paralisação o serviço de entrega será suspenso em Corumbá a partir desta terça e segundo Elaine os trabalhadores sabem das conseqüências negativas para os clientes e usuários dos Correios, mas que esta foi a última forma de chamar a atenção para uma situação que não tem mais como ser ignorada pela administração regional dos Correios. “Foram sucessivas tentativas de mostrar para a direção regional a situação em Corumbá. Protocolamos vários ofícios e nada foi realizado. Agora os trabalhadores chegaram num limite em que não podem mais continuar do jeito que está. Pedimos desculpa à população mas queremos condições para poder cobrir a entrega em Corumbá com rapidez, isso é do nosso interesse também. E é possível mas é preciso condições mínimas de pessoal e veículos para isso.”
Distribuição Domiciliar Alternada (DDA)
Com a implantação da Distribuição Domiciliar Alternada (DDA) em Corumbá as consequências começam a ser sentidas pelos trabalhadores e população usuária. Neste sistema nem todos os distritos em distribuição diária, gerando acúmulos e atrasos. Tal situação vem causando um crescente de insatisfação entre os funcionários do CDD Corumbá, sendo que no dia 27/09/2018, o sindicato realizou reunião com os trabalhadores e pode constatar in loco o quanto este novo sistema implementado tem prejudicado a entrega de objetos e correspondências.
Entre os problemas relatados após a implementação deste novo sistema de entrega, ao qual dificulta ou até mesmo se torna insustentável a permanência do mesmo, estão: numeração no município totalmente irregular; aumento significativo no número de correspondências registradas para entrega em cada distrito, passando de 50 para 120, até 150 correspondências por dia, ou seja, conforme manuais da empresa, o tempo para entrega de uma correspondência registrada é de 3 minutos, com 130 objetos, precisa de quase 7 horas de tempo externo, frisando que isso apenas para o registrado, deixando a carta simples parada na unidade, sem perspectiva de quando será entregue; distritos formatados com longa distâncias entre um ponto e outro para entrega.
Segundo a presidente do SINTECT-MS, a entidade solicita a pedido dos trabalhadores a revogação visto que a própria portaria diz: “Art. 2º - Os critérios e as metas de implantação da DDA deverão assegurar a implementação deste modelo em todas as unidades mencionadas no inciso I do art. 1º desta Portaria, a fim de garantir a regularidade da entrega ou da coleta e a melhoria da produtividade e das condições de trabalho dos empregados, sem prejuízo dos prazos e dos níveis de serviços ofertados aos clientes.”
Para Elaine, “não estando garantidas a regularidade da entrega e coleta, nem melhoria das condições de trabalho, prejudicando os prazos e níveis de serviços ofertados, conforme prevê a própria portaria, seria razoável rever a implantação do sistema, bem como garantir o número mínimo de funcionários e veículos para o volume de serviço”.
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