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17 de Junho de 2016 às 20:00

Trabalhadores apresentam ao novo presidente os problemas dos Correios em cada estado do País, como boas-vindas


Trabalhadores apresentam ao novo presidente os problemas dos Correios em cada estado do País, como boas-vindas

Em tempos de maus anúncios para os trabalhadores e para as trabalhadoras, a ECT ganha um novo presidente. Guilherme Campos tomou posse nessa sexta-feira (17), mas sob protestos e vozes de indignação de cada um dos sindicatos da categoria espalhados pelo Brasil. Embora tenha se ausentado na audiência pública desta semana – reaparecendo no dia seguinte para dar explicações – os ecetistas compareceram à sede dos Correios, em Brasília, para o ato que marcou o descontentamento com a reestruturação da empresa, bem como as indicações políticas para os cargos, entre outras demandas que a ECT insiste em não atender.

Durante o evento, realizado das 9 às 17 horas – sem pausa nem mesmo para o almoço - cada representante de cada estado teve direito à palavra, mas, antes da cerimônia, fizeram ato público para chamar a atenção dos gestores e da sociedade. Com palavras de ordem, como “não vai ter retirada de direitos, vai ter luta”, todos fizeram questão de reforçar o recado ao novo presidente: “se não pode com eles, junte-se a eles”. Já Guilherme Campos, preocupado em “fazer bonito” na estreia, garantiu que as representações falassem por cerca de dez minutos sobre as necessidades dos estados. “Se não houver compromisso conjunto, a situação vai se agravar”, premeditou o presidente.

O secretário-geral da FENTECT, José Rivaldo, fez questão de enfatizar a ansiedade da classe de trabalhadores e ressaltou que “reestruturação não é solução, como tem sido aplicada pela empresa”. Para o representante da federação, não tem sido possível solucionar questões do dia a dia de nenhum ecetista. “E resolver o problema do trabalhador, é resolver o problema da ECT. Querem associar a empresa à crise instalada no País para justificar a privatização dos Correios”, declarou. 

Estados pedem socorro


Os trabalhadores ainda lembraram que esta luta tem sido travada há anos na ECT e tratam-se apenas de questões corporativistas. Ficou claro o consenso de que o melhor caminho a ser traçado é com conversas e na busca por alternativas de receita. Para as representações, a empresa precisa ser pública, de qualidade e contar com o respeito não somente de alguns, mas de todos os envolvidos.

Enquanto despende mais de R$ 300 milhões com patrocínios à Olimpíada, falta verba para manutenção de motocicletas e e bicicletas. Tão grave quanto isso, no estado do Acre, por exemplo, já foi comunicado pela empresa que a partir do dia 13 de julho os Correios vão retirar toda a vigilância armada das agências, colocando em risco a vida de clientes e dos próprios empregados.

Mas a problemática está em todos os cantos do Brasil. As críticas são parecidas – em alguns casos, as mesmas – com trabalhadores adoecendo, sendo transferidos para longe de suas residências até mais de 100 km e famílias, sem recursos na aposentadoria ou sofrendo com a violência diária das cidades. As mulheres pedem mais espaços e respeito às condições de vida. Muitas mães precisam ficar longe dos filhos durante longas jornadas de trabalho, ou até mesmo durante a semana inteira, pois não conseguem transporte para voltar para casa.

Suspensão da Reestruturação


Após ouvir todos os levantamentos e opiniões dos trabalhadores, o presidente da ECT falou sobre a indicação que o levou ao cargo à frente da empresa e disse se orgulhar da trajetória política. Guilherme Campos contou que foi chamado a “resgatar os Correios”. Segundo ele, para suprimir serviços é necessária a comprovação do quanto é gasto nas agências. Sobre a suspensão da reestruturação por 20 dias, declarada nessa quinta-feira (16), em reunião na Câmara dos Deputados com parlamentares e representantes dos trabalhadores, justificou dizendo não estar convencido da viabilidade das mudanças, tendo em vista as inúmeras críticas das lideranças sindicais.

 Novamente, o secretário-geral da FENTECT deixou no ar os questionamentos: “a administração de Guilherme Campos vai dar continuidade às  diretrizes do    presidente interino Michel Temer de abrir 49% do capital das estatais? A iniciativa é de recuperar ou privatizar a ECT?”. Rivaldo alegou  que os trabalhadores  não são contra as inovações e a tecnologia, no entanto, essas não podem atrapalhar o emprego dos ecetistas. “Recuperar não é  privatizar e  nem abrir  capital”, reforçou.

 Para a federação, o debate deve ser contínuo com as representações dos trabalhadores legitimamente eleitas. É preciso que cada uma tenha direito à  participação e à palavra nas tomadas de decisões da ECT, que não deve se posicionar unilateralmente, já que há mais de 120 mil pessoas trabalhando  pela  empresa - patrimônio do Brasil, com mais de 300 anos de história. A luta não é apenas pelo lucro dos Correios, mas pela manutenção do caráter  100%  público e do serviço de qualidade, único que atende brasileiros do norte ao sul do país, nos locais mais distantes.

Fonte: FENTECT


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