Em entrevista à rádio CBN de São Paulo, o novo presidente da ECT, Guilherme Campos, culpou os trabalhadores dos Correios pela crise financeira da estatal. Segundo Guilherme, a situação da empresa é um reflexo da atitude dos funcionários. Alegou que uma das coisas que mais preocupa é o alto índice de atestado médico e que este seria o principal componente da crise da ECT. Campo disse que é impossível a realização de concurso e contratação neste ano e que o objetivo é justamente o contrário: cortar cargos, demitir trabalhadores e aumentar a produtividade. Ele não descarta um plano de demissão voluntária e já teriam sido apresentadas propostas para colocar o plano em prática. Segundo Campos, existem também 14 mil aposentados em atividade na empresa e que poderiam ser cortados.
O Sintect-MS e os trabalhadores de todo país repudiam esta fala do presidente que, com ela, deixou clara sua incompetência para gerir uma estatal como os Correios. Segundo Elaine Regina, presidente do Sintect-MS, a fala foi considerada uma declaração de guerra aos trabalhadores e à própria empresa. “Por um lado jogou a culpa da crise nos trabalhadores, quando sabemos que tal crise tem origem na gestão implementada pela cúpula. Dizer que a crise, que o rombo na ECT e no Postalis decorrem de atestados médicos é um absurdo. Sugerimos ao novo presidente da ECT que trabalhe, não trinta anos, mas apenas um mês como carteiro, atendente ou OTT e depois responda se os Correios podem fazer mal à saúde. Temos apontado há tempos os problemas e propomos alternativas, que para nós, não passam pela privatização e ataques aos direitos dos trabalhadores. Depois dessa fala, só resta gritar bem alto: Fora Guilherme Campos, a ECT não precisa de você!”
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