Como já é de conhecimento da categoria, os trabalhadores da ECT em Ponta Porã realizaram uma paralisação por melhores condições de trabalho no dia 10 de abril que foi encerrada após negociação com a superintendência estadual.
No dia 16 de abril, a convite do vereador Paulinho do PT, o secretário geral da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (FENTECT), José Rivaldo, e a presidente do SINTECT-MS, Elaine Oliveira, fizeram uso da Tribuna Livre na Câmara de Vereadores de Ponta Porã, ocasião em que expuseram a situação nos Correios que levou à paralisação.
Segundo Elaine o descontentamento com a prestação de serviços, fruto do sucateamento dos Correios, recai sobre os trabalhadores de forma injusta e a paralisação ocorreu após seis meses de infrutíferas tentativas de resolução junto à superintendência. Ela destacou que não foi uma paralisação por salário, mas por melhores condições de trabalho para terem condições de entregarem em dia as correspondências e encomendas. “Chegou a mais de 20 mil correspondências e 10 mil objetos parados gerando revolta na população e causando situações como de ameaças e ofensas aos trabalhadores como se esses fossem responsáveis, sendo xingados, ameaçados pela população que não entende o porquê da correspondência não chegar em dia e porque ela paga por um serviço que não está sendo prestado. É preciso levar à população que o problema não está no carteiro, sendo que é um problema de gestão, de sucateamento e esvaziamento do quadro de funcionários, pois os Correios já chegou a ter 125 mil funcionários em nível nacional e hoje reduziu para 105 mil. Em Ponta Porã são 12 trabalhadores, sendo que há cinco meses, quando viemos aqui para ver a situação e já estava iniciando o caos, eram apenas 6 para atender uma cidade com mais de 100 mil habitantes.
O secretário geral da Federação, José Rivaldo, por sua vez, destacou na tribuna que os trabalhadores dos Correios esperam que a Câmara de Vereadores, que representa o povo, cobre a superintendência para um melhor atendimento na cidade que precisa ter a entrega em dia, e que as entidades querem interagir com os vereadores para conseguirem um melhor atendimento à população e que para isso é preciso que os vereadores pressionem a direção dos Correios, estadual e federal, expondo a situação de Ponta Porã, pois os trabalhadores dos Correios estão sofrendo um desgaste muito grande enquanto a população é prejudicada.
Rivaldo questionou também as demissões nos Correios e o novo plano de demissão voluntária enquanto os usuários sofrem as conseqüências. Destacou também a importância dos Correios, que é uma empresa de integração nacional presente em todos os municípios e importante para Ponta Porã e o estado, sendo que ocorre um descaso da direção, fato esse que levou à greve. Criticou também o fechamento de agências, muitas delas em localidades onde a população não dispõe de serviços bancários e onde a população tinha nos Correios não só a possibilidade de enviar e receber correspondências, mas pagar contas, receber aposentadorias, fazer RG e Carteira de Trabalho e realizar transferências, fazendo dos Correios um agente social.
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