A paralisação dos trabalhadores dos Correios de Ponta Porã foi encerrada ontem, após o meio-dia, depois de negociação com representantes da Superintendência Estadual. Em assembleia os trabalhadores deliberaram pela aceitação das medidas emergenciais propostas, mantendo o estado de greve, podendo reiniciar a paralisação caso o acordo não seja cumprido. A paralisação foi decorrência da falta de condições de trabalho na unidade, que sofre com falta de veículos e de pessoal, levando a um enorme acúmulo de objetos e correspondências.
Para os trabalhadores dos Correios a situação chegou num ponto insustentável, sendo que os mesmos já estavam sendo até sofrendo ameaças e insultos por parte de usuários por conta do atraso nas entregas de correspondências e encomendas decorrentes das precárias condições de trabalho. Após seis meses de entregas de ofícios na superintendência estadual comunicando a situação e tentativas de solução para o problema, os trabalhadores realizaram assembleia na noite de terça, 9 de abril, e votaram pela paralisação.
Com a paralisação consumada, a superintendência enviou dois representantes para negociar com os trabalhadores e o sindicato. Pelo acordado, a superintendência enviará dois veículos locados, quatro bicicletas e dois carteiros para reforçar a entrega - até zerar o que está acumulado - e mais dez carteiros para um mutirão a ser realizado no dia 13 de abril. A empresa se compromete também em liberar adicionais de TSF e horas extras para apoiar o escoamento da carga parada.
A superintendência estadual assumiu também o compromisso de priorizar a manutenção dos veículos, promover limpeza da caixa d´água e não perseguir os trabalhadores por conta da paralisação.
Segundo a presidente do SINTECT-MS, Elaine Regina Oliveira, a paralisação foi “o último recurso que restou aos trabalhadores”, após meses de alerta e tentativas de diálogo com a direção dos Correios. Para Elaine, tanto os trabalhadores quanto os usuários dos Correios são prejudicados com esta situação de sucateamento da empresa. “A população sofre com os atrasos e os trabalhadores também, pois passam a ser responsabilizados pelos atrasos, sendo que não dispõe da estrutura necessária, como veículos, nem a quantidade de funcionários suficientes para dar conta da demanda”. Para o sindicato, como resultado da paralisação, os usuários serão beneficiados pois haverá reforço de pessoal e veículos para realização das entregas.
O sindicato tem denunciado que existe um processo de sucateamento deliberado dos Correios para gerar um clima que justifique a privatização dos Correios, que ao contrário do que é difundido, é uma estatal lucrativa e que repassa inclusive dinheiro para o governo federal.
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