Em luta contra a privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), o sindicato dos trabalhadores da estatal no Mato Grosso do Sul aproveitou a vinda de Ciro Gomes (vice-presidente do PDT e ex-candidato a presidente da República) para denunciar o processo de venda da empresa. Na ocasião, no dia 16 de agosto, foi entregue a Ciro um documento expondo a situação da ECT e pedindo apoio aos parlamentares do PDT. Ciro também assinou o abaixo assinado contra a privatização dos Correios.
De acordo com Elaine Regina Oliveira, presidente do SINTECT-MS, é incontestável que a empresa tem sido viável e lucrativa ao longo dos anos, realizando ao mesmo tempo um serviço de grande importância para a integração nacional, disponibilizando diversos serviços em todos os municípios do país. “Muita mentira tem sido espalhada sobre os Correios. Basta olhar para os balanços financeiros anuais para ver que a empresa não só é autosustentável como repassa dinheiro ao governo federal, a título de dividendos já que o governo é o acionista. Dinheiro esse que o governo pode investir em saúde, educação, ou onde quiser. Nos dois últimos anos, por exemplo, a ECT teve um lucro de R$ 667 milhões em 2017 e R$ 161 milhões em 2018, apesar da economia brasileira estar estagnada”
Outra questão apontada por Elaine é que, ao contrário do que muitos afirmam, os Correios não são um cabide de empregos. “Para entrar nos Correios tem que ser por concurso público. Hoje somos 100 mil trabalhadores. Já fomos quase 120 mil, mas o governo vem promovendo demissões incentivadas. Isso, associado à falta de concursos para repor o quadro, gerou falta de funcionários em setores estratégicos como o de entrega, gerando um enorme acúmulo de serviço em determinadas localidades, pois é humanamente impossível dar conta de tantas correspondências e encomendas com um quadro de pessoal insuficiente. E quem sofre as consequências são os usuários dos Correios, que amargam com os atrasos. Em MS já tivemos inclusive paralisações dos trabalhadores em Ponta Porã e Corumbá por melhores condições de trabalho e mais pessoal. A culpa por essa situação não é dos trabalhadores e sim da má gestão”.
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