Na semana que passou a postura da direção ECT ficou clara: a empresa aposta na passividade dos trabalhadores para impor mais cortes nos benefícios e arrocho salarial.
Próximo do prazo para encerramento das negociações, a empresa sequer apresentou uma proposta econômica (reajuste dos salários e beneficios) mas apresentou uma proposta de redução dos benefícios. Enquanto isso o governo avança na questão da privatização das estatais, incluindo os Correios no rol das “vendáveis”.
Para a presidente dos SINTECT-MS, Elaine Regina Oliveira, “o que é certo é que nós trabalhadores dos Correios não somos responsáveis pela crise. Recebemos um dos menores, senão o menor, salário entre as estatais. A empresa é lucrativa e auto-sustentável, como mostram os lucros dos últimos dois anos e a série histórica de resultados da ECT. O que vemos na mesa negociação é o total desrespeito ao conjunto dos trabalhadores, não ao comando da FENTECT.”
Sobre as negociações
Segundo Elaine, os sindicatos têm enfatizado junto aos Correios sobre a importância de prorrogar o acordo coletivo vigente até que se encerrem as negociações. “O acordo atual tem validade até o dia 31 de julho e como fica a situação dos trabalhadores após essa data? A culpa pela enrolação das negociações e não cumprimento do prazo é da ECT, não nossa. Estamos reforçando a necessidade da prorrogação, pois as negociações não avançaram. A empresa vem protelando até o momento, e a consequência será uma inevitável greve.”
Para Elaine, o governo aposta na passividade da maioria. “Quem dá força para uma negociação é a participação da categoria. Somente a disposiçao de luta pelos direitos da maioria poderá reverter isso. Já vimos isso nos anos e negociações passadas. O conformismo leva apenas a perda de mais direitos e mais arrocho salarial.”
Como exemplo ela cita os caminhoneiros. “O governo anuciou semana passada revisão no valor do frete, pressionado pelo agronegócio. Foi só os caminhoneiros anunciarem uma paralisação nacional e começarem a se articular que o governo recuou e cancelou a nova tabela já oficializada. Isso nos mostra que somente a unidade e disposição de luta poderão fazer com que a direção da ECT negocie e leve a sério nossa pauta de reividicações. O comando de negociação não faz milagre na mesa e o governo acompanha a mobilização da categoria em cada nova assembleia”.
Elaine conclui chamando os ecetistas para o movimento. “Tivemos um aumento do número de trabalhadores na assembleia da semana passada, refletindo a preocupação crescente da categoria. Mas ainda é pouco. É preciso aumentar a participação e a mobilização. Sem isso, sem a participação da base, não existe campanha salarial, por mais boa vontade que tenha o comando em manter nossos benefícios e conseguir reajuste salarial.”
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