A paralisação dos trabalhadores dos Correios do Centro de Distribuição Domiciliária de Corumbá teve continuidade nesta quarta, 31, por melhores condições de trabalho e equipamentos. De acordo com a presidente do sindicato da categoria, Elaine Regina Oliveira, a superintendência estadual dos Correios não apresentou nenhuma solução concreta e os trabalhadores agora esperam uma resposta da direção dos Correios, em Brasília.
“Esta greve foi decretada após exaustivos pedidos de solução junto à direção estadual da ECT. Os carteiros de Corumbá querem ter condições para realizarem seus trabalhos e fazerem as entregas em dia. Mas isso é humanamente impossível com o quadro de pessoal defasado e falta de veículos. Ninguém mais que nós, trabalhadores, sofremos as conseqüências desse acúmulo de serviço. A solução é mais pessoal e veículos, ou o problema vai continuar em Corumbá, prejudicando a população”, afirma.
A greve teve início ontem, 30, após três tentativas para resolver a situação junto à direção estadual dos Correios. Sem data para retorno, os trabalhadores aguardam um posicionamento da direção da estatal.
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Segundo a presidente do SINTECT-MS, Elaine Regina Oliveira, “quanto à falta de veículos, é inconcebível que os trabalhadores sejam obrigados a atuarem com revezamento, paralisando a entrega por falta de condições mínimas e obrigatórias que a empresa deve conceder para uma unidade que entrega correspondência e objetos numa cidade com quase 110 mil habitantes, e que já não possui um quadro de efetivo que contemple uma entrega a contento. Além disso dos 4 veículos, 3 estão parados para conserto, e da frota de motos 50% a 60% estão paradas, deixando milhares de objetos e correspondências paradas no interior da unidade. E a culpa é jogada no funcionário pela população”.
PARALISAÇÃO
Com a paralisação o serviço de entrega será suspenso em Corumbá a partir desta terça e segundo Elaine os trabalhadores sabem das conseqüências negativas para os clientes e usuários dos Correios, mas que esta foi a última forma de chamar a atenção para uma situação que não tem mais como ser ignorada pela administração regional dos Correios. “Foram sucessivas tentativas de mostrar para a direção regional a situação em Corumbá. Protocolamos vários ofícios e nada foi realizado. Agora os trabalhadores chegaram num limite em que não podem mais continuar do jeito que está. Pedimos desculpa à população mas queremos condições para poder cobrir a entrega em Corumbá com rapidez, isso é do nosso interesse também. E é possível mas é preciso condições mínimas de pessoal e veículos para isso.”
Distribuição Domiciliar Alternada (DDA)
Com a implantação da Distribuição Domiciliar Alternada (DDA) em Corumbá as consequências começam a ser sentidas pelos trabalhadores e população usuária. Neste sistema nem todos os distritos em distribuição diária, gerando acúmulos e atrasos. Tal situação vem causando um crescente de insatisfação entre os funcionários do CDD Corumbá, sendo que no dia 27/09/2018, o sindicato realizou reunião com os trabalhadores e pode constatar in loco o quanto este novo sistema implementado tem prejudicado a entrega de objetos e correspondências.
Entre os problemas relatados após a implementação deste novo sistema de entrega, ao qual dificulta ou até mesmo se torna insustentável a permanência do mesmo, estão: numeração no município totalmente irregular; aumento significativo no número de correspondências registradas para entrega em cada distrito, passando de 50 para 120, até 150 correspondências por dia, ou seja, conforme manuais da empresa, o tempo para entrega de uma correspondência registrada é de 3 minutos, com 130 objetos, precisa de quase 7 horas de tempo externo, frisando que isso apenas para o registrado, deixando a carta simples parada na unidade, sem perspectiva de quando será entregue; distritos formatados com longa distâncias entre um ponto e outro para entrega.
Segundo a presidente do SINTECT-MS, a entidade solicita a pedido dos trabalhadores a revogação visto que a própria portaria diz: “Art. 2º - Os critérios e as metas de implantação da DDA deverão assegurar a implementação deste modelo em todas as unidades mencionadas no inciso I do art. 1º desta Portaria, a fim de garantir a regularidade da entrega ou da coleta e a melhoria da produtividade e das condições de trabalho dos empregados, sem prejuízo dos prazos e dos níveis de serviços ofertados aos clientes.”
Para Elaine, “não estando garantidas a regularidade da entrega e coleta, nem melhoria das condições de trabalho, prejudicando os prazos e níveis de serviços ofertados, conforme prevê a própria portaria, seria razoável rever a implantação do sistema, bem como garantir o número mínimo de funcionários e veículos para o volume de serviço”.
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