Em pleno processo eleitoral, os trabalhadores(as) dos Correios são chamados à reflexão sobre o futuro da empresa e do país.
Muitos passos rumo à privatização foram dados desde que Temer assumiu, bem como foi aprovada nova legislação sobre a terceirização, que foi liberada até mesmo para as “atividades-fins”. No caso dos Correios isso significa que poderão ser terceirizadas toda a área operacional (carteiros, OTT´s, atendentes) bem como administrativa. Se pode terceirizar a atividade-fim, então praticamente todos as funções dentro da empresa poderão ser terceirizadas. A terceirização, mesmo os Correios sendo estatal ainda, implica na “privatização da mão de obra”, ou seja os trabalhadores(as) não tem nenhum vínculo com a ECT e portanto nenhum dos direitos garantidos aos trabalhadores efetivos.
Privatização por etapas – O processo de privatização do setor postal vem se dando por etapas. A criação das franquias já foi um passo, no passado, neste sentido. E hoje vemos as franquias sendo privilegiadas, com fechamento de agências próprias da ECT e falta de produtos básicos nas mesmas, empurrando os clientes para as agências franqueadas.
O futuro da ECT está nas mãos dos eleitores brasileiros: dependendo do presidente da República e dos parlamentares (senadores e deputados) que serão eleitos em outubro, o futuro dos Correios estará selado, pois a privatização dependerá da vontade política do presidente, com aprovação do Congresso Nacional.
Portanto, quer queiramos ou não, somos obrigados a refletir sobre a política e votar: a não participação significa aceitar o que a maioria vai decidir.
Por isso o movimento sindical dos trabalhadores(as) dos Correios não se omite da política. Preservamos sim a independência do sindicato e da federação, mas enquanto cidadãos, trabalhadores e ecetistas temos o direito e o dever de participar do processo eleitoral. Depois, com o leite derramado, não adianta chorar.
Chamamos os trabalhadores(as) dos Correios a essa reflexão: como é possível um trabalhador(a) dos Correios votar em candidatos que defendem a privatização, o fim dos direitos trabalhistas, a reforma da previdência? Serão tão inconscientes que votarão em candidatos que uma vez eleitos irão votar contra seus próprios direitos – e emprego! – no Congresso Nacional?
Os empresários e o agronegócio têm consciência de classe: sabem da importância deles elegerem parlamentares, governadores e presidente comprometidos com os interesses deles. Não só votam, como apóiam financeiramente para elegerem seus candidatos. E muitos trabalhadores(as) votam em candidatos comprometidos com os interesses do patronato! Depois reclamam, mas na hora do voto, qual critério usou? Da “amizade”? Da “gasolina”? Da “promessa de emprego pro parente”?
Temos um regime democrático imperfeito, é verdade. Temos corrupção e ineficiência em todos os níveis. Mas qual a alternativa para os trabalhadores(as)? Aceitarem tudo passivamente?
Os trabalhadores(as), juntos, são 90% da nação. Desunidos, porém, são massa de manobra.
O voto que preconizamos é o voto de classe: trabalhador(a) tem que votar em trabalhador comprometido com os seus interesses de classe. Ou teremos em 2019 o enterro – sem honras – do que um dia foi a empresa estatal com mais credibilidade deste país.
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