A segregação existe tanto lá quanto cá
A história dos Estados Unidos foi marcada por diversas lutas internas, desde o século 17 até meados do século 20, onde o racismo, preconceito e principalmente a escravidão trouxeram horrores à população negra, em especial aos estados do sul. A escravidão foi a base da economia, marcando profundamente as relações sociais nessa região. Diante dos diversos fatos que penalizavam os negros, surge nesta mesma época nomes importantes que lutavam para que a população não branca tivesse seus direitos reconhecidos. Destacamos um nome em especial, que promoveu a diminuição da segregação racial praticada pelos brancos.
“Eu tenho um sonho: o de que, um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos e os filhos dos antigos senhores de escravos poderão se sentar juntos à mesa da fraternidade.”
Esse discurso histórico, conhecido como “I have a dream” (Eu tenho um sonho), foi dito por um dos maiores e principais ativistas do movimento pela luta contra, segregação e a opressão racial vivida nos EUA, entre os anos 50 e 60. Martin Luther King foi um dos mais importantes ícones pela luta contra a segregação racial, era pacifista, suas aspirações vinham das ações de Gandhi: a desobediência civil.
Martin presidiu a Southern Christian Leadership Conferense (Conferência de Liderança Cristã do Sul), uma organização que lutava por reconhecimento às causas da população negra em quinze estados dos EUA. Em conseqüência de suas lutas Martin consegue enfraquecer a segregação que estimulava as ideologias racistas à época, assim em 1964, recebe o prêmio Nobel da Paz por seus feitos.
No dia 04 de abril de 1968, foi assassinado ao partir para Memphis com o intuito de apoiar uma greve de trabalhadores sanitários. Martin Luther King não lutou apenas por igualdade, mas pela necessidade dos negros terem seus direitos civis reconhecidos, e o combate constante contra o racismo e a segregação existente. Sua luta inspirou movimentos contra o racismo em outros países.
E no Brasil existe segregação Racial?
A segregação racial existe e está latente na sociedade brasileira. Ela é tão visível quanto a vivida nos EUA, mesmo não havendo separação por bairros ou cidades em que se diferenciam as populações negras das brancas, mas se observarmos a diferença quanto à renda e o modo de vida da grande maioria da população negra em relação aos brancos, chega a ser assustador. Em diversas cidades e capitais do Brasil a segregação é imposta pelas instituições do estado, quanto menos presença do estado mais estas diferenças são acentuadas. Mas as práticas adotadas são praticamente imperceptíveis aos olhos da sociedade mais carente, que não se vê como um cidadão excluído. Neste contexto as pessoas não conseguem enxergar a exclusão, já que um pequeno grupo de pessoas não negras são atingidas, mas com algumas diferenças de oportunidade e aceitação em níveis diferentes da sociedade, sendo assim é difícil caracterizar a segregação por parte do estado, em relação à cor e etnia em diversos pontos da cidade.
A segregação racial também é estrutural e faz parte da sociedade brasileira, ela é mais branda e difícil percepção. Este tipo de racismo tende a ser muito mais perigosa, pois a sociedade brasileira foi moldada dentro de um conjunto de práticas, hábitos, situações de fala que estão incutidas no costume de cada ser, promovendo de forma direta ou indiretamente, o racismo, preconceito e principalmente a segregação.
Os casos de racismo no Brasil ainda persistem. Existem muitas vitimas que sofrem atos racistas, mas que não encontram forças para serem ouvidas, muitos destes casos aparecem na mídia? Mulheres negras que são violentadas e mortas nas periferias e no interior dos diversos estados do país, homens muitos deles jovens mortos, muitas vezes por aqueles que são representantes do estado (policiais) e por civis!
Todos os direitos reservados a “sintectms” - Desenvolvido por Avalue Sistemas